terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A DÉCADA DOS ANOS 1960


Ao se anunciar os primeiros anos desta década,aparentemente normal,mas que na linha do horizonte,e atravéz de antecipação se sentem novos ventos em que o destino traça  uma linha de prepressagios.Porem na vida da Associação tudo corre normalmente,navegando-se num mar calmo de confiança e dignidade.No mês de Junho celebrou-se o 53ºaniversário com o brilho a que a população já estava habituada.Durante três dias os bombeiros estiveram em festa no Adro da  Velha Igreja.Verbenas,bailes,etc.,num arraial que teve como principal deferencia a colaboração do  rancho "Tamar da Nazare".No dia do aniversário,depois da alvorada e do içar  da bandeira,foi rezada missa por intenção dos bombeiros e sócios falecidos,seguindo-se a romagem ao cemitério. Á tarde, a Filarmonica das Gaieiras faz a tradicional cerimónia dos cumprimentos ás autoridades locais. No Largo do Turismo, foi feita a receção ás autoridades convidadas e a benção de uma nova ambulância.

Existia já um grupo feminino de auxiliares:

 
 
 







Surge o ano de 1962;sendo Presidente da Direcção Armando Costa,a Associaçâo por falta de espaço decidiu por unanimidade comprar o edificio pegado ao quartel sede,sendo a escritura realizada a 16 de Março do mesmo ano de 1962.
Em Junho,completa-se 55 anos de Bem Servir.No Adro o arraial  tem diversos divertimentos,as variedades com artistas da rádio e televisão são apresentadas pelo então famoso Armando Marques Ferrreira.
No dia do aniversário depois da alvorada o içar da bandeira e a romagem ao cemitério,seguindo-se missa pelos bombeiros e socios falecidos,celebrada pelo pároco  António Pires.No  Hotel Parque foi servido um almoço,seguindo-se  a sessão solene ,desfile com ás já tradicionais  corporações de Alcobaça;Caldas da Rainha;Obidos;Nazaré;Peniche e S.Martinho.Durante o simulacro fortes aplausos de todos os presentes prestaram homenagem aos nossos bombeiros.
No encerrar das festas  actuaram os ranchos "Mar Alto" da Nazaré ,e o rancho infantil da Casa dos Pescadores de Peniche.
 


UM   HORINZONTE   DE   PRESSÁGIOS
A tempestade  que se previa no horizonte abateu-se sobre a associação.Esta  que se de terra fosse  ficaria qual planicie,sem vida,reduzida a dor e cinzas.
O ser humano  é muito complexo,num momento enaltece os seus herois,mas tambem facilmente mudam e os tentam destruir.
É dificil suportar as almas de eleição ,e é fácil esquecer  aqueles  que nas horas de perigo  tudo dão até a propria vida em prol do próximo.Os heróis em troca do bem servir por vezes recebem a ingratidão de um povo que facilmente se deixa influênciar,Quem não comete faltas minimas?!o que são elas?!perto da generosidade do coração de quem as faz?!.
O Comandante Mario Veiga era um um alvo a abater.Foi cruficitado ,casos insignificantes foram brutalmente atirados ao vento por populares em actos e palavras  indignas. Não existem nomes a relatar,a história é feita pelos herois,os outros não passaram de sombras devastadoras que se perderam nos horizontes dos tempos.
Foi atingida a Associação,num rasto de destruição moral. A Direcção baseada no Regulamento  da Corporação de Bombeiros demitiu o comandante a 30 de Dezembro de 1963.
A 23 de Maio o Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, passou os poderes da Direcção para uma complexa Comissão Administrativa.
Nos finais desta década entrou para os comandos Manuel Clérigo, sãomartinhense, chegado de Angola aonde esteve ao serviço como sargento do Exercito Português.
Os anos setenta troxeram de volta ao comando o Comandante Mário Veiga. Foi feita justiça, este é nomeado pela Direcção a 4 de Junho de 1974,e confirmado pela Inspeção de Incendios nº12-Art 7 de29 do mesmo mês e ano.
Quando um verdadeiro ser humano sofre,perdoa e aceita a vontade de Deus.O Comandante Mario Veiga voltou para os seus bombeiros, o seu quartel, mas o seu coração estava muito doente, e passa ao Quadro Honorário em 1975.
A 28 de Dezembro no ano de 1977, o toque das lágrimas anunciou que o comandante tinha partido para o infinito céu. A população chorou, o quartel vestiu-se de luto, há quem diga que as pedras da calçada choraram quando o Comandante Mário Veiga, passou por elas entre todas as corporações que estiveram presentes na vida e na hora do adeus. No exército supremo dos céus ele continua atento ao toque da sirene e caminha com os seus bombeiros nos momentos de perigo.